No início da noite de ontem, nós, estudantes ocupados na diretoria da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), da Universidade de São Paulo (USP), organizamos um ato em frente à reitoria da universidade para protestarmos contra a repressão e os processos contra estudantes e trabalhadores, exigindo a revogação do convênio firmado entre a PM e a USP, e a saída da Polícia Militar da Universidade.
A concentração contou com falas elucidativas de estudantes que participam da ocupação, além da participação do professor do Departamento de História da USP, Henrique Carneiro. Após a leitura do manifesto, cerca de 600 estudantes marcharam em ato até o cruzamento das ruas Alvarenga e Afrânio Peixoto, onde permanecemos por dez minutos, cantando palavras de ordem contrárias à permanência da polícia no campus.
Em seguida, seguimos para os prédios da FFLCH, com o intuito de convocar os estudantes para comparecerem à ocupação. O ato cresceu e caminhamos até a entrada da Faculdade de Economia e Administração e Contabilidade (FEA), local em que o estudante Felipe Ramos de Paiva foi assassinado, em maio deste ano. Lá, nos solidarizamos e estabelecemos diálogo com os estudantes do prédio, chamando-os para integrarem nossa luta e para participarem da assembleia que irá se realizar hoje, dia 1 de novembro, às 18h, no prédio da História/Geografia (veja vídeo abaixo).
Finalizamos o ato com cerca de 800 estudantes, em frente à diretoria ocupada, aos gritos de FORA PM!
ASSEMBLEIA GERAL DOS ESTUDANTES
Terça, 01/11, às 18H no vão da História/Geografia
-Fora PM!
-Pela retirada do convênio da reitoria com a PM!
-Fim de todos os processos e perseguições contra estudantes e trabalhadores!
-Abaixo o Regimento Disciplinar da USP, criado em 1972, durante a ditadura militar!
-Pela autonomia dos espaços estudantis, como o espaço do Núcleo de Consciência Negra, do Canil, da Moradia Retomada, e sindicais como o Sintusp!
-Fora Rodas!
ESTADÃO DIVULGA ATO A FAVOR DA PM NO CAMPUS
ResponderExcluirhttp://www.estadao.com.br/noticias/geral,estudantes-da-usp-organizam-protesto-a-favor-da-policia-no-campus,792978,0.htm
Todos sabem de que lado o Estadão sempre está. Na ditadura eles foram o primeiro jornal a não ser mais censurado. O general Geisel dizia: "Deixa esse pessoal publicar o que quiser. Vai sair o mesmo jornal conservador de sempre. Mais conservador que eu".
Sobre o ato de ontem, nenhuma palavra.
O engraçado é que o acordo entre USP e PM foi firmado no dia 8 de setembro, e o protesto começou no dia 27 de outubro, quase dois meses depois, quando estudantes foram pegos com substâncias ilícitas...
ResponderExcluirSe este protesto tivesse algum fundamento ele teria estourado no momento em que a PM colocou os pés dentro da Universidade.
Agora eu tenho certeza de que quando o carro de algum desses estudantes for roubado ele irá até uma delegacia fazer B.O.
Processos e perseguições contra estudantes e trabalhadores, conta outra vai...